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LEISHMANIOSE CANINA

Atualizado: 29 de dez. de 2022

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) também é conhecida como Calazar. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para os humanos. O agente que causa a doença é um protozoário do gênero Leishmania. Os cães são os principais reservatórios no ciclo urbano de transmissão.

A transmissão ocorre através da picada de mosquitos flebotomídeos, principalmente do gênero Lutzomyia, mais conhecidos como mosquito-palha.





A manifestação clínica da Leishmaniose em cães é muito variável. Enquanto um cão infectado pode desenvolver infecção sintomática, e evoluir clinicamente até à morte, outro pode continuar assintomático, ou até mesmo apenas desenvolver sintomas leves.

A Leishmaniose pode causar sintomas cutâneos e alterações nas funções do organismo. Entre eles estão aumento dos linfonodos (estruturas do sistema linfático), problemas de locomoção, sangramento nasal, conjuntivite, anemia não regenerativa, diarreia, aumento de fígado e baço, lesões oculares e lesões dermatológicas como aumento das unhas, seborreia

(descamação da pele), erosões, úlceras de pele, alopecia periocular (queda pelo ao redor dos olhos). Em casos mais graves pode causar alteração renal. A evolução desse quadro pode causar insuficiência renal crônica.


A confirmação do diagnóstico da LVC pode ocorrer por métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares. No diagnóstico parasitológico é feito pesquisa de formas amastigotas da Leishmania em esfregaços, estes podendo ser de material de medula óssea, linfonodos, biópsia hepática, esfregaço sanguíneo, aspirado esplênico. Alguns métodos são mais invasivos que outros.

O diagnóstico sorológico se baseia na detecção de anticorpos anti-Leishmania circulantes. Quando há resposta imune humoral (anticorpos), eles produzem altos títulos de IgG anti-Leishmania. Essa produção ocorre aproximadamente três meses após a infecção e os títulos permanecem elevados por, pelo menos, dois anos. Os exames sorológicos recomendados são TR-DPP® (Teste rápido DPP) e ELISA. A RIFI também pode ser utilizada, porém tem algumas desvantagens. Podemos citar a incapacidade de detectar cães infectados antes da soroconversão (produção de anticorpos) e a possibilidade de ocorrer reações cruzadas com outras enfermidades como por exemplo doenças transmitidas pelo carrapato e infecção por Tripanossoma sp.

Há também a possibilidade de realizar teste molecular, como a reação em cadeia da polimerase (PCR e q-RT-PCR), este com 100% de eficiência na detecção do parasita em cães portadores.


PREVENÇÃO


A melhor forma de combater a doença é o controle do mosquito palha, que faz a transmissão da doença. Para uma boa prevenção é necessário evitar o contato entre o vetor infectado e o cão. Assim, o controle deve ser tanto ambiental quanto no portador. No cão deve ser usado coleira repelente. A maioria das coleiras no mercado são impregnadas com deltametrina. Em cães alérgicos à coleira, pode ser feito uso de inseticidas de aplicação tópica, que em geral são à base de permetrina. No ambiente deve ser feito limpeza constantemente: retirada de matéria orgânica; se preciso, aplicação de inseticidas ambientais; uso de plantas repelentes de insetos; evitar passeios nas horas de pico de atividade dos mosquitos (amanhecer e pôr do sol).

Outra forma de proteger o seu cão da leishmaniose é por meio da imunoprofilaxia, ou seja, vacinação. A vacinação deve ser precedida de exame sorológico para determinar se o cão tem a doença ou não. A Leish-Tech®, vacina disponível no mercado Brasileiro, induz resposta imune protetora contra a infecção por L. donovani, L. amazonensis e L. chagasi. Após o período de vacinação, ao ser realizado os testes de rotina, os animais vacinados mantêm a sorologia negativa.





TRATAMENTO


Em 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), autorizou que fosse utilizado no Brasil como método terapêutico para os animais com a doença, o Milteforan®, produto já comercializado para esse fim na Europa. Apenas poucos animais são considerados totalmente curados. As recidivas em animais infectados são bastante frequentes. Para definir o protocolo de tratamento do animal, é necessário que o cão passe por avaliação física e exames complementares. Determina-se o grau de alterações já causadas pela doença e pode-se ter uma base de prognóstico.


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